Profissional pode atuar na assistência a exames de diagnósticos por imagens.
Medicina nuclear e pesquisa tecnológica em saúde também fazem parte do currículo.
Para quem adora biologia, química e física, mas não abre mão do gosto pelas novas descobertas da ciência, o curso superior de tecnologia em radiologia pode ser uma boa opção. Além de executar técnicas radiológicas no setor de diagnóstico e exames médicos, o tecnólogo pode atuar no setor industrial e de pesquisa em medicina nuclear.
Entre os locais de trabalho em que pode atuar um tecnólogo, estão clínicas de radiodiagnóstico, hospitais, laboratórios, indústrias e fabricantes e distribuidores de equipamentos hospitalares. "É fundamental que o estudante que optar pelo curso tenha gosto pelo pensamento científico e pelo desenvolvimento tecnológico em prol da saúde, além de habilidade com as matérias de exatas, como matemática, física e química", diz Aléssio Trindade de Barros, coordenador de supervisão da Rede Federal de Educação Profissional, do Ministério da Educação (MEC).
O curso superior de tecnologia em radiologia ainda é novo. De acordo com o MEC, os cursos mais antigos na área foram iniciados em 1991, na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e em 1992, na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas (RS). Entre os cursos públicos, o mais antigo foi iniciado em 2000, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Atualmente, os melhores cursos de tecnologia em radiologia, na avaliação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, do MEC, são os oferecidos pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (Cefet-SC), iniciado em 2003, e pela Ulbra. No total, de acordo com o site www.educacaosuperior.inep.gov.br, do Ministério da Educação, 87 cursos de tecnologia em radiologia são oferecidos pelo país.
O curso
O curso superior de tecnologia em radiologia tem duração média de três anos, com obrigatoriedade de estágio. Na infraestrutura do curso, é obrigatória a existência de uma biblioteca incluindo acervo específico e atualizado, laboratório de anatomia, laboratório de informática com programas específicos e laboratório de processamento e análise de imagens.
Entre as disciplinas oferecidas na formação do tecnólogo estão química, física aplicada, matemática, anatomia, proteção radiológica e conteúdos específicos relacionados às tecnologias, como ultra-sonografia, medicina nuclear e radiologia, entre outros.
Áreas de atuação
Ao final de sua formação, de acordo com Caroline de Medeiros, coordenadora do curso de tecnologia em radiologia da Cefet-SC, o tecnólogo terá conhecimentos técnicos e científicos para atuar no gerenciamento, pesquisa e apoio a exames. Entre as funções que pode realizar estão:
- prestar assistência às necessidades dos pacientes submetidos a exames de diagnósticos por imagens;
- realizar exames de tomografia computadorizada, radiologia convencional e odontológica, ressonância magnética, densitometria óssea e mamografia;
- processar filmes radiográficos em tomografia computadorizada, radiologia convencional, odontológica e mamografia;
- executar procedimentos específicos no âmbito da medicina nuclear;
- realizar procedimentos de aplicação das radiações na radioterapia;
- gerenciar o processo de trabalho em todas as especialidades da radiologia e diagnóstico por imagem;
- auxiliar nas atividades de supervisão e radioproteção;
- desenvolver e executar o gerenciamento de resíduos hospitalares;
- desenvolver pesquisa científica e tecnológica no âmbito da radiologia.
Curso técnico em radiologia
Há quem tenha dúvidas sobre as diferenças entre o curso superior de tecnologia em radiologia e o curso técnico na mesma área, que tem duração de 1.200 horas. Segundo Barros, o curso técnico oferece uma formação voltada ao âmbito operacional, ou seja, à organização de ambientes e sua preparação para a realização de exames como mamografia, tomografia computadorizada, densitometria óssea, ressonância magnética nuclear e ultrassonografia.
"O curso de nível superior permite que o aluno tenha uma formação voltada para as mudanças tecnológicas, que são constantes neste meio. O tecnólogo pode trabalhar com gestão, apoio no diagnóstico de exames e tem uma atuação maior no ponto de vista científico", afirma o coordenador.
Na formação de um técnico são abordados temas como biossegurança, física das radiações, anatomia e fisiologia, além de geração e aplicação de raios X. As principais áreas de atuação para técnicos são serviços de radiologia e diagnóstico por imagem em hospitais, clínicas e unidades básicas de saúde.
Mercado de tecnologia está em expansão
O mercado profissional para os alunos que se formam em cursos de graduação tecnológica está em franco crescimento, principalmente pela carência de mão-de-obra qualificada no país. Uma tendência, segundo Aléssio Barros, do MEC, é que a formação em nível superior de radiologia cresça no país.
"É uma área em expansão, que oferece muitas oportunidades. Entre os cursos de tecnologia, este é o segundo que tem maior oferta de empregos no Brasil. Isso porque cada vez mais se precisa de pessoas especializadas em saúde e pesquisa tecnológica", diz Barros.
Para Caroline de Medeiros, do Cefet-SC, o preconceito com cursos de graduação de nível tecnológico aos poucos está diminuindo. "No fim da década de 90, esses cursos eram confundidos com cursos superiores seqüenciais, de curta duração e que não permitiam ao aluno continuar seus estudos em uma pós-graduação (mestrado e doutorado)", afirma.
No caso do curso superior de tecnologia em radiologia, segundo Caroline, o mercado profissional apresenta variações de estado para estado, ou seja, há maior demanda nas regiões com maior avanço tecnológico, como é o caso das Regiões Sul e Sudeste. No estado do Rio Grande do Sul, por ser um dos pioneiros nesta formação, a aceitação é muito boa, segundo a especialista.
Remuneração
Ainda de acordo com Barros, a depender da região do país, o salário médio de um tecnólogo em radiologia fica em torno de R$ 3 mil. Para profissionais que trabalham expostos diretamente à radiação, no entanto, de acordo com a presidente do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (Conter), Valdelice Teodoro, a carga horária de trabalho prevista em lei é de 24 horas semanais. Neste caso, o salário fica em torno de R$ 1,2 mil. Tecnólogos que não trabalhem expostos à radiação devem fazer em média, ainda segundo o Conter, 30 horas semanais.
O tecnólogo em radiologia pode trabalhar em clínicas radiológicas, hospitais com setor de radiologia e diagnóstico por imagem, empresas de equipamento médico-hospitalar e empresas de proteção radiológica. Além de atuar em áreas técnicas e clínicas, o profissional também está habilitado a trabalhar em áreas de gerenciamento.
Instituição | Faculdade Anhanguera de Jundiaí |
Website | http://www.unianhanguera.edu.br |
Cidade / UF | Jundiaí / SP |
Classificação | Particular |