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Pesquisadores do Brasil e Espanha impulsionam cooperação científica

10/12/2012 - 13:01h

Fernando Henrique Cardoso participa do simpósio Fronteiras da Ciência . Foto: EFE

Fernando Henrique Cardoso participa do simpósio Fronteiras da Ciência
Foto: EFE

Pesquisadores acadêmicos do Brasil e da Espanha deram início nesta segunda-feira a um simpósio em Salamanca, o qual contou com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para facilitar os contatos e a cooperação entre os cientistas de ambos os países.

Em Entrevista coletiva, o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica do Estado de São Paulo (Fapesp), Celso Lafer, assinalou que este encontro "busca pôr em contato pesquisadores dos dois países para articular cooperações na área ciência".

"A ciência une e envolve os povos", ressaltou Lafer, que assegurou o compromisso da Fapesp no apoio a pesquisa com um investimento claro a diversos projetos e ao fomento da internacionalização da ciência.

Estas declarações vieram à tona pouco depois que o reitor da Universidade de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, tenha lido, acompanhado de Marcos Sacristán, reitor da Universidade de Valladolid, um comunicado conjunto de todas as Universidades espanholas, o qual assinala que a política de ajustes do governo "hipoteca a pesquisa".

Junto a Celso Lafer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso destacou que "a sociedade do futuro deve de ser a do conhecimento" e, por isso, pediu aos governos da Espanha e dos diferentes países europeus que se "invista em pesquisa".

FHC sustentou que uma "política onde só exista austeridade sem investimento é muito difícil da sociedade aguentar", embora seja consciente de que esse tema "não é da Espanha, mas de toda Europa".

Após lembrar que, como presidente, também teve que fazer frente a uma situação econômica "muito difícil", FHC aconselhou os governos europeus "a não só fazerem sacrifícios, mas também investimentos".

"Desta maneira, conseguiremos manter viva a pesquisa, já que quem se compromete com a Universidade, se compromete com o futuro de um país", acrescentou.

A Universidade de Salamanca e a Fapesp assinaram um convênio de colaboração, que entrará em vigor a partir do próximo ano, com o objetivo de "intercambiar alunos e pesquisadores" dos dois países, informou a vice-reitora de Pesquisa, María Ángeles Serrano.

A Fapesp analisa anualmente cerca de 20 mil solicitações de projetos de pesquisa, dos quais apoiam 9 mil e possibilitam 12 mil bolsistas em São Paulo, segundo os dados apresentados por seu diretor cientista, Carlos Henrique de Brito.

O simpósio, que começou hoje em Salamanca e se estenderá até quarta-feira, procura "intensificar a interação entre pesquisadores para criar condições que permitam avançar em seus trabalhos, ressaltou De Brito.

A jornada de hoje está dedicada à análise da ciência política, enquanto, amanhã, a jornada será centrada nas pesquisas oncológicas, com conferências dos cientistas Luiz Paulo Kowalski, do Instituto de Camargo, Rogelio González-Sarmiento, do Centro de Pesquisa do Câncer de Salamanca, e Manuel Esteller, diretor do Programa de Epigenética e Biologia do Câncer do Instituto de Pesquisa Biomédica de Belltivitge.



Fonte: Terra



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