24/02/2015 - 02:01h
O acesso cada vez maior aos meios digitais tem aumentado a oferta de cursos e capacitações corporativas por meio de plataformas online. Depois do boom de criação das Universidades corporativas no fim da década de 1990, as empresas passam agora a utilizar sites para aprimorar a formação de seus funcionários. Só em 2013, o crescimento de matrículas em cursos não presenciais de capacitação saltou 75%, na comparação com 2012, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), que obteve resposta de 281 instituições. O aumento da oferta ocorre ano a ano e a perspectiva da Abed é a de que o expressivo desempenho se repita nos levantamentos referentes a 2014 e a 2015.
Uma das explicações para o crescimento do setor é a de que a modalidade online facilita o acesso aos cursos para as grandes empresas, que geralmente têm filiais espalhadas por várias cidades do País. Elas utilizam a metodologia para orientação do dia a dia e distribuição de conhecimentos, diz o vice-presidente da Abed, Stavros Panagiotis Xanthopoylos. Ele acrescenta que a modalidade a distância possibilitou a unificação da linguagem e uma maior acessibilidade ao conhecimento, além de facilitar a execução dos cursos. É uma forma de as empresas trabalharem a formação continuada e resolverem soluções reais, como a formação para a tomada de decisão, com base na mesma estrutura.
Universidade corporativa. É o caso do Banco do Brasil, que lançou sua universidade corporativa há 12 anos e passou a adotar o método online em 2013. Já no ano passado, 75% das 66 horas que os funcionários passam, em média, realizando cursos foram na plataforma digital. Segundo o diretor de Gestão de Pessoas do BB, Carlos Netto, os funcionários são capacitados a partir da função que exercem. Um gerente de relacionamento, por exemplo, tem trilhas de conhecimento na sua área de atuação. Em 2014, 34.200 dos 114.000 funcionários do banco receberam certificados.
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Pedro Westphalen, gerente de ralacionamento do Banco do Brasil Estilo, participa dos cursos e palestras a distancia que o banco oferece aos funcionarios. Foto: Daniel Teixeira/Estadão" STYLE="FLOAT: LEFT; MARGIN: 10PX 10PX 10PX 0PX;
Abrangência. No BB, a capacitação ajuda a galgar novos postos. Depois de oito anos, Pedro Henrique Westphalen, de 28 anos, é gerente de Relacionamento Estilo, após fazer pelo menos duas capacitações por mês. São formações abrangentes que ajudam na formação sobre as áreas nas quais atuo, desde o atendimento a clientes até novos produtos, afirma. Westphalen sonha agora em ser gerente de uma agência, chefiando uma equipe de gerentes de contas. A plataforma é um forma de me preparar. Nela, tenho praticidade para fazer cursos e trabalhar ao mesmo tempo.
As mudanças da era digital foram se refletindo nos cursos oferecidos ao longo dos anos. Dos CDs distribuídos no fim da década de 1990 até a interatividade e a linguagem das redes sociais a partir de 2013, as plataformas foram sendo adaptadas às necessidades das empresas. Desenvolvemos plataformas para a criação de cursos e verificamos essas mudanças da informação simples para a interatividade com vídeos, tutores e colaboração dos alunos, afirma o gerente-geral da Ciatech, Rodrigo de Godoy. Ele defende que, hoje, a modalidade aumenta não só a praticidade e acessibilidade, mas também a absorção do conteúdo. É mais dinâmico aprender dessa forma, diz.
No Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), há cursos gratuitos para pequenos empresários. Temos proposta de conhecimento autoinstrutivo. O aluno aprende interagindo com o próprio curso. A intenção não é ensinar conceitos, mas como fazer. A linguagem é direta e pretende dar instruções como técnicas de finanças ou estratégias de marketing, diz a gestora de Educação a Distância do Sebrae, Claudia Brum. Os programas de cursos rápidos podem ser feitos após inscrição no site em qualquer época do ano. As capacitações tiveram 56.100 inscritos em 2014 e a perspectiva é a de que atinjam 100 mil em 2015, após reformulação do site (sebraesp.com.br/ead).